Equidade salarial: entenda a sua importância e como implementar na sua companhia

Apenas 34% dos funcionários acham o seu salário justo, esse foi o resultado de um estudo realizado pela Gartner. Nessa mesma alçada, pesquisa ainda demonstrou que 84% dos líderes de RH estão conduzindo auditorias de igualdade salarial anualmente. O tema sobre equidade salarial vem ganhando notoriedade e as empresas precisam estar atentas para que esse não seja um impacto negativo na atração e retenção de profissionais.

O que é a equidade salarial?

A equidade salarial é remuneração realizado de forma igualitária para pessoas que desenvolvem a mesma função, independente de raça, gênero, orientação sexual, idade, ou qualquer outro tipo de característica do funcionário.

A desigualdade de gênero é uma das principais causas da desigualdade salarial. Isso porque, o rendimento das mulheres representa, em média, 77,7% do rendimento dos homens, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). O relatório Global Gender Gap Report também demonstrou que a diferença salarial entre mulheres e homens que exercem a mesma função aumentou de 20,7% para 22% de 2020 para 2021.

Todavia, este não é o único fator, outros grupos também sofrem com a equidade salarial, como profissionais de minorias raciais ou étnicas, da comunidade LGBTQIA +, pessoas com deficiência, entre outras minorias. Dados do IBGE revelam que pessoas que se declaram como brancas ganham, em média, 72,5% mais do que pretos e pardos.

O que diz a lei sobre equidade salarial?

De acordo com o art. 461 da Lei 13.467 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT): “Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade.

(…)

§ 6º No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou etnia, o juízo determinará, além do pagamento das diferenças salariais devidas, multa, em favor do empregado discriminado, no valor de 50% (cinquenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.” (NR)

Ou seja, a igualdade salaria é prevista por lei, sendo aplicado multa em favor do profissional que comprovar a desigualdade salarial por motivo de discriminação.

Por que a equidade salarial é importante?

Como citamos até aqui, a desigualdade salarial é um resultado da discriminação que determinados grupos sofrem. Por isso, manter uma política de equidade salarial é necessário para que todos tenham a mesma remuneração no desempenho de funções iguais.

Em outra perspectiva, pensar em políticas de remuneração faz com que a empresa apresente outro patamar em relação ao pensar em seus colaboradores. Voltando para o resultado da pesquisa realizada pela Gartner, apresentada no início da matéria, a percepção da maioria dos funcionários em relação ao pagamento pode ser atribuída à confiança geral na organização. Em outras palavras, os profissionais confiam mais em empresas que apresentam uma política de remuneração sólida e justa.

Para que isso ocorra, o setor de recursos humanos precisa atuar em algumas ações para tornar a equidade salarial uma premissa da organização. Um dos primeiros passos é compreender e analisar o cenário atual na qual a empresa se encontra, para então planejar e implementar mudanças tendo em vista a equiparação. Vamos ver quais mudanças o RH pode aplicar:

Ser o responsável pelo desenvolvimento de cargos e salários

Sabemos que, na maioria dos casos, principalmente em empresas de pequeno e médio porte, quem define as diretrizes de cargos e salário é a alta administração ou da própria gerência, sem o aval do setor de recursos humanos. O RH precisa, no entanto, deve ampliar o escopo da responsabilidade pela equidade salarial e garantir que a alta administração e os gerentes considerem as implicações da equidade salarial ao tomar decisões críticas de pessoal e remuneração. Para que isso ocorra de forma eficaz, a implementação de uma política de cargos e salários fundamentada na equidade salarial se torna extremamente importante.

Comunicação transparente

Ao assumir a responsabilidade da equidade salarial e criar as políticas, o RH deve elaborar uma comunicação interna transparente para que todas as pessoas que compõem o quadro da empresa saibam como a política funcionará e quais são suas diretrizes.

Uma pesquisa da Gartner com mais de 3.200 funcionários em maio de 2022 descobriu que quase 43% dos funcionários discutem seu pagamento com colegas na mesma função, enquanto 45% dos funcionários consultam sites de pagamento de terceiros pelo menos uma vez por ano.

A comunicação sobre a equidade salarial constrói a confiança organizacional e melhora a percepção dos funcionários, assim como a educação sobre os processos de pagamento.

Alinhar todos os processos relacionados à remuneração

Todos os processos que envolvem o salário devem estar alinhados na política de equidade. Avalie se o plano de carreira está de acordo com o planejamento de cargos e salários definido, ou até mesmo se estabelecer pré-requisitos para promoções, ou qualquer ação que impacte na remuneração final.