Inteligência Artificial Generativa: o que é e como ela pode fazer parte do RH

A GenAI (Inteligência Artificial Generativa) é a nova fase da Inteligência Artificial, capaz de gerar conteúdos como textos, áudios, imagens e até mesmo dados sintetizados. Essa nova onda está repercutindo por criar e reproduzir esses conteúdos de forma mais eficiente em poucos segundos.

As plataformas ChatGPT e Midjouney, por exemplo, são as duas mais conhecidas nesse quesito e estão revolucionando a maneira como as informações são criadas e reaproveitadas. O relatório Future of Jobs, do Fórum Econômico Mundial, aponta que 75% das companhias entrevistadas em diversos países já adotaram práticas com uso de IA, ou estão se preparando para isso.

Essa tecnologia, por um lado, traz muitas funcionalidades que podem facilitar o dia a dia de pessoas e empresas. No entanto, muitas preocupações são desbloqueadas, um exemplo é a Deepfake (ferramenta capaz de forjar um vídeo falso, conseguindo alterar a fisionomia da pessoa em segundos).

Por esse motivo, quando essa tecnologia chega no contexto corporativo, é preciso ter cautela e saber explorar a ferramenta da melhor forma. Nesse artigo, vamos trazer alguns pontos primordiais para que os setores possam utilizar a ferramenta de forma coesa e sem deixar com que toda a gestão e análise fiquem apenas para a IA generativa.

Como as empresas podem utilizar a GenAI?

A maneira mais comum de inserir a IA generativa é por meio de geração de insights que vão possibilitar que a gestão responsável tome uma decisão baseada em dados e tendências. Além disso, é possível utilizar um chatbot com base na IA para determinadas respostas rápidas ou tirar dúvidas mais recorrentes.

Com isso, as tarefas repetitivas em determinado setor poderão ser automatizadas por uma inteligência artificial. Esse cenário está cada vez mais comum em empresas que investem fortemente em tecnologia e buscam a automação para eliminar demandas que prendem recursos manuais.

Como o RH pode utilizar a GenAI?

Abordando diretamente o setor de Recursos Humanos, este pode ser um grande aliado das novidades que a IA generativa está trazendo para o mercado.

Um relatório da Gartner demonstrou que 72% dos líderes de RH planejam usar IA para as operações do dia a dia. Isso mostra o interesse que profissionais do RH possuem para implementar a Inteligência Artificial nos processos do setor. Veja quais são as demandas que a tecnologia poderá auxiliar:

  • Recrutamento e Seleção sem viés
    Uma das formas que a GenAI poderá ajudar o setor é mediante busca de currículos em banco de dados, com filtro nas competências e habilidades desejadas para a vaga. Com isso, além de não ter um viés durante a seleção desses currículos, o recrutador terá mais tempo para conhecer os candidatos, personalizar e melhorar a experiência deles no processo seletivo.

  • Análise de clima

Outra forma que o RH pode economizar tempo e recurso com a utilização da inteligência artificial é na análise de pesquisa de clima direta e indireta. Uma vez que poderá gerar relatórios de tendências com base nos dados coletados em todo o histórico de pesquisa de clima e, até mesmo, com base em comentários em sites e redes sociais. A GenAI tem a capacidade de examinar o feedback proveniente de pesquisas, avaliações de desempenho, plataformas de mídia social e outras fontes diversas. Isso permite que os gestores de Recursos Humanos identifiquem áreas com potencial para aprimoramento, avaliem o nível de satisfação e executem estratégias específicas para melhorar a participação dos colaboradores no ambiente de trabalho, promovendo, assim, uma maior fidelização.

  • Plano de carreira e desenvolvimento

Desenvolver os colaboradores e criar planos de treinamentos pode ser uma tarefa mais simples se o setor possui uma Inteligência Artificial que identifica o status de cada colaborador e classifica quais são as competências que ele precisa para crescimento de plano de carreira, por exemplo. 

  • Chatbot para dúvidas primárias

O RH poderá também criar uma lista de perguntas comuns para disponibilizar em formato de chatbot para os colaboradores acessarem. Isso resultará em um ganho de tempo para os profissionais, no entanto, é importante que o RH continue com um canal físico de dúvidas, para atender os colaboradores que não conseguem acessar o canal digital ou preferem um atendimento mais personalizado.

Essas são algumas demandas que a GenAI consegue abranger. Os dados da pesquisa da Gartner ainda apontaram que 64% dos líderes acreditam que o departamento deverá desempenhar um papel fundamental na definição da ética das Inteligências Artificiais nos próximos cinco anos.

LGPD e a IA

A ética na GenAI é uma seara que pode, deve e ainda será muito explorada por todas as pessoas que querem se beneficiar da tecnologia com mais confiabilidade. Por ainda ser uma ferramenta nova que está avançando de maneira muito ágil, alguns pontos são importantes ser levantados em relação à proteção de dados no uso de inteligências artificiais.

  • Privacidade e transparência: A coleta e o uso de dados pessoais para alimentar os algoritmos de IA podem levantar questões relacionadas à privacidade e à transparência;
  • Viés algorítmico: Os sistemas de IA podem ser influenciados por viés algorítmico, reproduzindo e ampliando preconceitos já existentes na sociedade. É fundamental desenvolver algoritmos éticos e garantir a imparcialidade na tomada de decisão.

Por essa razão, a privacidade dos dados também deve ser uma preocupação para os líderes de RH, tanto no nível da empresa quanto do funcionário. É importante também entender o que acontecerá com seus dados se você os alimentar nesses sistemas. A IA terá acesso a eles para outros usos? Diferentes ferramentas tratam os dados de maneiras diferentes; por isso, é importante entender especificamente como as ferramentas que você está usando tratam essas informações.

Como manter um RH humanizado?

Essa é outra preocupação quando falamos do uso da GenAI para o setor de RH. Os líderes de RH não devem, em absoluto, abdicar de sua participação na avaliação de análises, colocando a responsabilidade na mão da ferramenta.

Estar presente nos processos é fundamental para que a análise e o contato humano continuem sendo a essência da empresa, que irá utilizar as ferramentas como algo que agrega e possibilita mais tempo para novas implementações.