RH analógico — quem dialoga com ele?

Falamos muito sobre o RH Digital, o novo modelo de Gente e Gestão, 4.0 (li recentemente que já estamos caminhando para o 5.0) e todas as tecnologias e otimização ao dispor dessa nova forma de pensar e agir do novo RH. Com todas essas informações e inovações é comum que a gente esqueça que, embora pareça estranho, muitas empresas ainda vivem o RH analógico, mais robusto, antigo…

Sabemos que para uma empresa ser competitiva é necessário que ela faça investimentos em áreas-chave do negócio, e o setor de Recursos Humanos é uma das peças principais de uma empresa. Isso porque após muitos estudos, compreendemos que o maior valor de uma organização são seus profissionais, e cuidar desse bem é o que irá fazer com que a empresa consiga se desenvolver de forma sustentável.

Novas propostas e projetos são desenvolvidos frequentemente pensando no bem-estar dos colaboradores e muitas vezes é necessário realizar uma aplicação de capital para que esses projetos ocorram. Além disso, para que o RH possa focar nessas atividades ele precisa de mais tempo, o que não acontece na prática, pois as demandas burocráticas do setor não permitem essa disposição.

Segundo pesquisa realizada pela Liga Insights, plataforma sobre inovação e startups, 31% das empresas estão discutindo a implantação de inovações na área de Recursos Humanos, mas ainda sem nenhuma ação prática efetiva. O estudo ainda identificou que 23% das organizações não tratam sobre inovação na área de RH. Em contrapartida, 21% já aplicam novas tecnologias no dia a dia.

O que acontece, muitas vezes, é que a empresa ainda não reconhece o RH como setor estratégico e não investe em novas tecnologias que irão deixá-lo mais competitivo. Na maioria das vezes isso ocorre em empresas de pequeno porte ou que ainda não compreenderam que o setor vai além de processos operacionais.

Ao dar um Google, vemos diversas dicas de inovação e tecnologia para o RH do futuro, ferramentas para um setor de Recursos Humanos mais digital. Todavia, não vemos propostas ou linguagens mais acessíveis para a realidade de um RH mais antigo.

Escrevemos para esse RH ou apenas deixamos ele no passado? Estamos incluindo esse RH que, apesar de toda carga de processos ultrapassados, ainda cuida de pessoas? Falamos tanto do mindset que, às vezes, esquecemos que o RH tradicional continua presente em muitas empresas e que ele também precisa receber informações conforme a sua realidade.

Precisamos incluir esse RH e dialogar com esses profissionais que precisam de suporte e dicas voltadas para o seu dia a dia. É certo que precisamos incentivar esse RH a buscar inovação dentro dos recursos disponíveis. Não é que devemos parar de falar de novas tecnologias e novos investimentos para o setor, o foco do artigo é lembrarmos que ainda existe um RH que não tem esses recursos disponíveis.

Outro ponto que devemos ressaltar é que o RH do futuro não está pautado apenas em tecnologia, mas também em uma mudança cultural e, por isso, devemos criar uma comunicação com todos os tipos de RH, para que todos consigam progredir à sua maneira.

Sem contar que as mudanças que o RH digital sofre não é são as mesmas do RH analógico, isso porque as mudanças de posicionamento voltadas para um setor tecnológico são diferentes de um que não utiliza tecnologia.

RH “faz tudo”

É o tipo de Recursos Humanos que tem poucos profissionais e não há muita divisão de tarefas. Por exemplo, Recrutamento e Seleção, Treinamentos, Programas de Inclusão são tarefas destinadas apenas para um profissional.

Em um RH digital, o profissional irá conseguir executar essas demandas de forma mais simples, otimizando seu tempo e trazendo novas propostas para seu nicho. Entretanto, quando nos deparamos com um setor mais operacional, essas demandas serão mais extensas para o profissional.

Nesse caso, é importante haver uma organização detalhada, para que além de cumprir com as demandas diárias e processos que poderiam ser automatizados, o profissional consiga tempo hábil para implementar novos projetos. Desta forma, poderá dividir cada dia para cada subsistema ou algumas horas da semana apenas para planejamento e inovação.