Setembro Amarelo e as novas gerações: como dialogar com a Geração Z

O mês de setembro é marcado pela campanha do Setembro Amarelo, a qual tem como propósito a prevenção ao suicídio que, além de abrir o debate sobre o tema, desmistifica tabus que permeiam o assunto.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que a cada 40 segundos uma pessoa tira a própria vida, e há mais de 1 milhão de suicídios por ano em todo o mundo. No Brasil, o suicídio é responsável pelo terceiro maior número de óbitos na faixa etária de 15 a 29 anos, casos que poderiam ser prevenidos se os indivíduos recebessem o cuidado necessário.

Esses números demonstram como as gerações Z e Millenials sofrem com os casos de depressão e como foram afetadas com a pandemia do coronavírus. Um estudo realizado pela Atlas da Juventude mostrou como resultado que para 82% dos jovens a pandemia ainda não acabou e, para quase 5 a cada 10, a principal preocupação permanece relacionada ao receio de perder familiares ou amigos. E quase 4 a cada 10 se preocupam com a possibilidade de outras pandemias.

Integrantes da Geração Z são os mais afetados pela tensão global, segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde, é a geração com altos índices de ansiedade e depressão. Frente a essas inquietações, 60% dos jovens pesquisados experimentaram ou estão experimentando ansiedade nos últimos seis meses. Metade (50%) relata sentir cansaço e exaustão com frequência como consequência do cenário pandêmico, enquanto 44% enfrentam a falta de motivação para realizar suas atividades diárias.

Uma pandemia sem precedentes, com alta taxa de desemprego e medo do futuro… não faltaram motivos para que a saúde mental fosse testada diariamente. E, para os jovens, a carga foi ainda mais pesada.

Por esse motivo, com a entrada da Geração Z no mercado de trabalho, as organizações precisam compreender essa conjuntura para lidar com os jovens neste ambiente. As ações de setembro amarelo, por exemplo, são importantes e devem incluir esses dados sobre a saúde mental dos funcionários mais jovens.

Os empregadores devem reconhecer e navegar pelas questões complexas de como melhor apoiar os funcionários que vivem com condições de saúde mental e intensidade suicida para entender a política e o precedente legal em torno das melhores práticas de prevenção e intervenção. Empresas que possuem programa de estágio ou de jovem aprendiz precisam ter projetos voltados para a saúde mental da geração mais nova.

Como as empresas podem incluir os jovens nas ações de Setembro Amarelo

As ações de Setembro Amarelo voltadas para todos os colaboradores são importantes e devem ser mantidas pelo RH, no entanto, é importante direcionar e reforçar algumas informações com as gerações mais novas presentes na organização. O RH pode desenvolver um projeto voltado para uma linguagem mais jovial e utilizar canais digitais para alcançar esse público. Vamos ver mais alguns exemplos de ações de setembro amarelo para a Geração Z:

  • Envolver estagiários e jovens aprendizes na elaboração das campanhas de setembro amarelo: uma boa forma de incentivar os mais jovens a entenderem a campanha do setembro amarelo e sua importância é solicitando sua ajuda para a elaboração dessas campanhas.
  • Tudo na rede: incentivar postagens com hashtags sobre a campanha fará com que todos fiquem mais empolgados sobre o tema. O RH pode sortear um brinde para os colaboradores que participarem das hashtags, por exemplo.
  • Envolver profissionais especialistas no assunto: é imprescindível que a empresa conte com o apoio dos profissionais especializados, pois esses eles saberão como abordar o tema para diferentes gerações.
  • Conscientização geral: é importante que o RH divulgue os dados sobre saúde mental associados às gerações não apenas para os funcionários com menos idade, mas para todos os funcionários da empresa.

Não apenas em setembro

Obviamente, no mês de setembro as ações de prevenção ao suicídio e cuidados com a saúde mental são intensificadas devido à campanha. Todavia, as empresas precisam se atentar aos cuidados com seus colaboradores diariamente. Esse não é um tema que deve aparecer pontualmente, todos os dias pessoas sofrem com transtornos mentais, esgotamento, depressão e ansiedade. Aqui vão algumas dicas para o RH ficar atento ao tema durante todo ano:

  • Pesquisa de clima: se a sua organização realiza pesquisas de clima recorrentes, uma forma de identificar se há algum colaborador passando por situações difíceis é analisando os insights que os resultados das pesquisas mostram. Mudanças abruptas na relação com a empresa e/ou atividades podem ser um indício de que seu colaborador precisa de ajuda.
  • Ofereça um auxílio saúde mental: a sua empresa pode contratar um serviço terceirizado de ajuda para os colaboradores ou disponibilizar um benefício de auxílio para consultas psicológicas.
  • Dados demográficos: através dos dados que a empresa coleta, como ausências, afastamento, atestados médicos, você poderá identificar esses índices e avaliar se será necessário aplicar algum plano de ação.