Reconquistando a confiança dos funcionários em meio à Grande Demissão – O que os funcionários de hoje realmente querem de seu empregador

Com a Grande Demissão se expandindo nos Estados Unidos, muitos profissionais estão deixando os seus empregos em pleno processo de pós-pandemia e, agora, o evento está ganhando forças no Brasil. Segundo dados da pesquisa da Caged, com o levantamento da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), entre janeiro e maio 2,9 milhões de trabalhadores brasileiros pediram demissão, maior índice desde 2005.

Outra pesquisa, realizada com mais de 2000 profissionais nos EUA, revelou vários pontos de melhorias que os setores podem viabilizar para reconquistar e reter os funcionários nesse período da Grande Demissão. Vamos acompanhar.

Quais profissionais estão deixando seus empregos?

A maior rotatividade parece estar entre os Millennials e a Geração Z:

  • Quase metade (48% da Geração Z e 44% dos Millennials) dizem que começaram ou pensaram em procurar um novo emprego nos últimos seis meses.
  • 94% conseguem se visualizar deixando seu emprego atual para outro.

Uma das causas dessa tendência é o fato de os Millennials e a Geração Z serem as gerações mais impactadas financeiramente nos últimos dois anos, com quase um terço dos Millennials relatando possuir mais dívidas de cartão de crédito do que poupanças e quase metade da Geração Z com menos economias de emergência agora do que antes da pandemia.

Os profissionais priorizam remuneração justa

Os trabalhadores jovens não são os únicos com segurança financeira no topo de sua lista de prioridades – 61% de todos os entrevistados disseram que “um salário digno” é a coisa mais importante que eles valorizam em sua empresa ou em seu ambiente de trabalho.

Não é só uma questão de salário

Entre a pandemia, a inflação e outros problemas vivenciados pelos trabalhadores, houve dificuldades financeiras mais do que suficientes nos últimos anos, mas as pessoas não estão querendo empresas que oferecem apenas um bom salário.

Quando os profissionais começam uma busca de novas oportunidades, eles também se preocupam com o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, flexibilidade (híbrido ou remoto) e benefícios. Desse modo, não é apenas um salário base alto que irá atrair esses e manter candidatos talentosos, é preciso criar um pacote de remuneração completo e uma cultura de apoio.

Os funcionários querem um ambiente de trabalho positivo

Sem dúvida, os funcionários querem uma carreira mais lucrativa, no entanto, o dinheiro não é a única coisa que importa. Na verdade, se retiramos a remuneração da equação, o fator mais importante é ter um ambiente de trabalho positivo ou edificante (para 52% dos entrevistados, isso ficou em segundo lugar depois de um salário digno).

Burnout e falta de equilíbrio entre vida profissional e pessoal também são motivações

Um dos principais motivos em redesenhar algumas ações do setor de RH é o alto índice dos casos de burnout (se quiser saber mais sobre o tema acesse a nossa matéria completa sobre: Vamos falar sobre Síndrome de Burnout?).

A pesquisa com trabalhadores remotos em 2021, ainda revela que não é de surpreender que “um ambiente de trabalho melhor“ tenha seguido “um salário digno” na lista de prioridades dos funcionários:

  • 79% se sentiam esgotados mensalmente.
  • 56% se sentiram algemados à mesa e ao computador.

Os colaboradores ainda estão lutando contra o esgotamento, com mais de um quarto da Geração Z (28%) e Millennials (26%) relatando que a pressão sobre sua saúde mental os fazia considerar deixar seu empregador atual.

Programa de benefícios é o queridinho do momento

Setenta e seis por cento dos entrevistados concordaram que os benefícios são uma necessidade. A grande maioria dos americanos os leva muito em consideração ao decidir se aceita ou não um emprego, especialmente benefícios de saúde.

Ética também é um fator de decisão

Hoje, os esforços de diversidade, equidade e inclusão (DEI) desempenham um papel importante na maioria das estratégias do recrutamento e seleção. Embora os candidatos a emprego de hoje valorizem a diversidade ao considerar suas opções – 53% de acordo com nossa pesquisa – eles também responsabilizam seus empregadores pelos padrões DEI após serem contratados, com um em cada quatro trabalhadores dos EUA (25%) dizendo que iria à imprensa se seu empregador fizesse algo completamente inaceitável.

Conclusão

Os colaboradores estão buscando mais apoio, estabilidade financeira e equilíbrio em suas vidas. Conquistar a confiança e lealdade desses profissionais começa ouvindo suas necessidades, compreendendo suas mudanças de prioridades e fazendo com que se sintam valorizados.

Este é um momento incomum nos negócios e pode ser a primeira vez que vimos os profissionais priorizando seu próprio bem-estar em massa. Mas com algumas mudanças estratégicas na política da empresa e nos processos de RH, qualquer organização pode criar um ambiente de trabalho mais acolhedor.