Você sabe o que é a desvalorização profissional e como ela pode impactar nos resultados da empresa?

A falta de engajamento, baixo desempenho e altos índices de turnover podem ser sinais de desvalorização profissional na sua empresa. Embora muitas pensem que os profissionais não vão pedir demissão, devido à incerteza do mercado de trabalho, em 2023 houve mais de 7 milhões de pedidos de demissão

E o que pode causar esse número recorde de turnover? Dos diversos fatores, a desvalorização profissional é uma resposta coerente em meio à falta de comprometimento que as empresas ainda têm com seus colaboradores.

Por esse motivo, as empresas precisam se atentar a esses dados e compreender que a desvalorização pode afetar diretamente o seu desempenho em vários aspectos. Isso porque o custo de substituição de um único colaborador pode ser até duas vezes maior que o salário anual.

Entenda um pouco mais sobre o que é a desvalorização, como ela pode impactar as organizações e qual caminho é preciso adotar para alcançar uma cultura de valorização dos profissionais.

O que é a desvalorização profissional?

A desvalorização ocorre quando há falta de ações e atitudes que engajam o colaborador, resultando em um sentimento de frustração e falta de reconhecimento. Com isso, ele passa a não compreender o seu potencial e se sentir inferior, resultando em falta de confiança para exercer suas atividades.

Ou seja, a desvalorização de um profissional causa desmotivação e isso pode refletir em altos índices de absenteísmo e turnover.

Quais são as principais causas da desvalorização profissional?

A falta de valorização no ambiente de trabalho pode se manifestar de diversas formas. Alguns exemplos incluem:

  • Salários inadequados;
  • Comparações desfavoráveis com colegas da mesma área;
  • Poucos benefícios;
  • Ausência de reconhecimento ou feedback;
  • Discrepâncias entre a visão individual do profissional e a da empresa;
  • Sensação de estagnação profissional.

É crucial notar que a maioria desses elementos está relacionada ao aspecto emocional do colaborador, influenciando sua autopercepção e como ele enxerga a empresa. Mais da metade dos profissionais com desligamento voluntário dizem que seus gestores poderiam ter feito algo para prevenir a sua saída. Isso indica que a desvalorização profissional, frequentemente, é consequência de expectativas não atendidas, seja por parte do trabalhador ou das promessas feitas pelo empregador.

Principais impactos da desvalorização

Além dos pontos já citados, sendo as taxas elevadas de absenteísmo e turnover, a desvalorização pode gerar outros danos.

Um dos primeiros sinais de desvalorização é a queda na produtividade, e este já é um fator que pode gerar resultados negativos no desempenho geral da empresa. O desempenho no trabalho está relacionado à satisfação do colaborador. Um profissional que se sente em harmonia com seu local de trabalho apresenta maior eficiência, obtém resultados positivos e avança em conjunto com a organização. Por outro lado, o funcionário desmotivado começa a trabalhar pelo simples ato de trabalhar e passa a não atender as expectativas e as demandas que seu cargo pede.

Isso pode gerar erros e retrabalhos, pois a ausência de engajamento pode ter efeitos diretos na excelência dos produtos ou serviços fornecidos pela empresa, acarretando despesas extras e descontentamento por parte dos clientes.

Também agregado à produtividade, outro resultado da desvalorização é a queda da motivação e engajamento. Neste ponto, o colaborador não se sente mais pertencente ao ambiente de trabalho e trabalhar se torna um fardo para ele. É nesse estágio que começa o planejamento de pedido de demissão.

Em último caso, se o trabalhador não consegue se desligar da empresa, esses fatores podem causar um sintoma ainda mais intenso, como a síndrome de burnout, por exemplo, que traz a sensação de esgotamento completo do profissional.

Veja mais sobre a síndrome de burnout.

Além de todos os elementos citados acima, outro ponto prejudicial para as organizações é a imagem negativa que a desvalorização pode causar. A marca empregadora é o método utilizado para criar uma marca forte e notável, com o uso de técnicas e ferramentas para gerar uma percepção positiva do mercado e da sociedade a respeito de sua empresa como local de trabalho.

No entanto, com funcionários compartilhando experiências ruins em sua empresa, fica mais difícil de se manter nesse patamar de bom ambiente para trabalhar.

Maneiras de evitar a desvalorização profissional e criar uma cultura que valoriza as pessoas

Em média, as companhias dos Estados Unidos sofrem uma perda de aproximadamente US$ 1 trilhão devido à rotatividade de funcionários que ocorre por iniciativa própria. Para que isso não ocorra na sua empresa, aqui vão algumas dicas para elaborar um plano que vise a valorização e retenção dos colaboradores.

RH preparado

O setor de Recursos Humanos desempenha o papel principal na retenção dos colaboradores. É dever do RH elaborar estratégias que objetivam a valorização, reconhecimento e engajamento das equipes.

Para que isso ocorra, o setor precisa estar preparado para lidar com situações diversas e guiar a liderança para as melhores decisões em relação à gestão de pessoas. Além disso, é preciso entender o cenário no qual a empresa se encontra e traçar metas para que programas de incentivos sejam eficazes.

Liderança ativa

Assim como o RH, a liderança também tem o seu papel na motivação da equipe. É o líder quem tem o contato diário e o “olho no olho” com os colaboradores. Por isso, ele precisa proporcionar um ambiente positivo, ter metas claras e possuir as condições necessárias para os profissionais entregarem o melhor de si.

Líderes e RH em conjunto

Para ter assertividade e eficácia nas ações de valorização é importante que essas duas frentes, liderança e RH, trabalhem juntas.

Veja algumas práticas que se, trabalhadas em conjuntos, vão ajudar a construir uma cultura de valorização profissional:

  • Conduta de feedback: nesse quesito, o RH atua no planejamento de formas de feedback e cronograma, enquanto os gestores cumprem com essas práticas, aplicando um feedback que incentive e impulsione os colaboradores.
  • Comunicação transparente: ter uma comunicação clara e objetiva em todos os níveis organizacionais ajuda a deixar os profissionais mais seguros e valorizados.
  • Autonomia e flexibilidade: são promovidas pelo RH através de abordagens adaptadas às necessidades individuais da equipe, contribuindo para fortalecer o senso de responsabilidade e confiança.
  • Compromisso com o crescimento profissional: refletido em planos de carreira, não apenas incentiva a permanência das pessoas na empresa, mas também estimula o desenvolvimento contínuo.
  • Oferta de benefícios atrativos: não só demonstra valorização, mas também evidencia a preocupação do RH com o bem-estar global dos colaboradores.